Empresas e Pesquisa Industrial

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Segundo o estudo da 14ª edição do Global Innovation 1000, estudo realizado pela Strategy&, consultoria estratégica da PwC, divulgado em outubro de 2018, o Brasil ganhou mais um nome na lista, em comparação a 2017, e passou a ter cinco representantes no ranking das mil empresas que mais investem em P&D. O levantamento traz as mil empresas de capital aberto do mundo que mais investiram em pesquisa e inovação no último ano fiscal, encerrado em junho de 2018.

As quatro empresas brasileiras presentes no ranking aplicaram um total de US$ 1.350,00 bilhão em P&D em 2018, comparado a USD 1,212 bilhão em 2017 e  contra US$ 1,29 bilhão em 2016. Tenha acesso ao estudo da 14ª edição do Global Innovation 1000 aqui.

Segundo a sexta edição do Anuário Valor Inovação Brasil 2020, que o jornal Valor Econômico produz em parceria com a consultoria PwC Strategy&, a Natura, do setor de produtos cosméticos, ganhou destaque como a empresa mais inovadora do país, seguida pelo Hospital Israelita Albert Einstein, na segunda colocação e pela gigante do setor de aviação Embraer que, desta vez, ficou no terceiro lugar – em 2019 ela liderava o ranking.

Entre as empresas alemãs que investem em pesquisa no Brasil, destacam-se a Siemens, a Bosch e a Bayer. Há mais de 100 anos no Brasil, a Siemens opera sete centros de pesquisa, desenvolvimento e engenharia não-rotineira. A empresa tem investido na aproximação com instituições de ensino e pesquisa. Com seus quatro mil metros quadrados, o centro de P&D em petróleo, gás e distribuição de energia, por exemplo, está instalado no Parque Tecnológico da Ilha do Fundão, no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em Curitiba, a Siemens opera seu centro de P&D em soluções smart grid, no Parque Tecnológico da Pontifícia Universidade Católica do Paraná -Tecnoparque (PUC-PR). Os centros de P&D, voltados para estudos em smart grid, transformadores, HVDC, açúcar e álcool, Oil&gás.

Já a Bosch mantém dois centros de pesquisa, em Campinas e Curitiba, que trabalham em pesquisa e desenvolvimento no Brasil, sendo que o maior foco está na área de soluções para mobilidade, como biocombustíveis e eficiência energética. Por sua vez, a Bayer investe uma fatia considerável de seu faturamento global anualmente em P&D, para que soluções sejam descobertas e desenvolvidas para atender as necessidades dos produtores rurais. Atualmente, a empresa mantém uma estação experimental em Paulínia (SP), onde realiza estudos e testes de princípios ativos (moléculas) encaminhados pela matriz da empresa, para o desenvolvimento de defensivos agrícolas. Nos laboratórios, são realizados trabalhos voltados para as áreas de desenvolvimento agronômico para a proteção de cultivos, segurança de produto, sementes, Bayer SeedGrowth™ Center, saúde ambiental, monitoramento de resistência de fungicidas, herbicidas e inseticidas, e tecnologia de aplicação.

A IBM, a GE, e a L’Oréal são exemplos de outras empresas que têm investido em centros de P&D no Brasil, viabilizadas por meio de leis de incentivo brasileiras.

Uma nota técnica apresentada em abril de 2020 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) – com base nos dados da Pesquisa de Inovação (Pintec) 2015/2017 do IBGE – mostra que os esforços das empresas brasileiras tiverem uma queda expressiva no período. Com a queda de 5,5% do PIB de 2014 a 2017, o gasto em P&D na indústria (como proporção do PIB) caiu 0,5% em relação ao período 2012-2014. Já a taxa de inovação teve queda total de receita de 2,4%.

Apesar do recuo dos investimentos, no ranking anual das (17) 50 Empresas Mais Inovadoras 2019 da revista Fast Company, a Nubank, startup brasileira, apareceu na 36ª colocação. A mesma revista revelou em 2016 revela que o Brasil acompanha algumas tendências mundiais de inovação, como o uso de ferramentas e fontes de dados para identificar oportunidades externas de inovação.  Enquanto a média global para uso de Big Data é de 55%, no Brasil 63% das companhias utilizam grande escala de dados. Entretanto, apenas 47% das brasileiras usam esses dados para fornecer insumos para inovar, enquanto, no mundo, a média é de 57%.

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