Alemanha pode desempenhar papel central em parcerias entre indústria e academia no Nordeste

© DWIH

Uma delegação do Piauí, acompanhada da cônsul honorária da Alemanha em Fortaleza, Marlene Pinheiro, visitou no começo de abril o Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH) São Paulo, em uma conversa sobre parcerias científicas com indústrias, academia e outros entes em áreas como agricultura, energia renovável e mais. O encontro evidenciou o papel central que a Alemanha pode desempenhar na região Nordeste. 

Além de Pinheiro, estiveram presentes no encontro na sede do Centro João Paulo Sales Macedo, reitor da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), o pró-reitor de Pós-graduação, Pesquisa e Inovação da instituição, Jefferson Soares, o coordenador de Inovação e Propriedade Intelectual da universidade, Giovanny Pinto, o diretor-presidente da agência estadual Investe Piauí, Victor Hugo Saraiva de Almeida, o presidente da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Estado, Álvaro Nolleto, a presidente da Porto Piauí, Maria Cristina Araújo e Joseph Weiss, representante do Consulado-Geral da Alemanha em São Paulo. Além de representantes do DWIH São Paulo, participaram da conversa cooperadores do Centro, como Sociedade Alemã de Amparo à Pesquisa (DFG), Technical University Munich (TUM), Freie Universität Berlin, Universidade de Potsdam e g.a.s.t..

Macedo aponta que o modelo de pesquisa feito na Alemanha – vinculada à inovação e ao desenvolvimento de tecnologias – é algo a ser seguido na região e no Brasil como um todo. “O Nordeste brasileiro tem despontado com vocações quanto a industrialização em diversos setores. No caso do Piauí, temos avançado especialmente na indústria verde, setor que a Alemanha tem desenvolvido tecnologias importantes e que abre possibilidades de cooperação, transferência e desenvolvimento de novas tecnologias”, afirma. 

A cônsul honorária concorda. “A Alemanha possui uma reputação internacional como líder em ciência, tecnologia e inovação. No Nordeste do Brasil, a Alemanha pode desempenhar um papel crucial ao estabelecer parcerias e conexões na área de ciência e inovação”, diz. 

Uma das áreas com potencial para os dados é a energia limpa, em especial tratando-se de hidrogênio verde. “O Estado [PI] reúne condições muito favoráveis para a produção do hidrogênio verde em alta escala, abrindo uma nova frente para a geopolítica energética no mundo. Nesse sentido, as relações com a Alemanha são estratégicas, considerando o desenvolvimento de tecnologias e para o fortalecimento da sustentabilidade socioambiental da região”, relata Macedo. 

“No Brasil, especialmente na região Nordeste, a tecnologia de hidrogênio verde pode desempenhar papel significativo, incluindo a produção a partir de fontes renováveis, como energia solar e eólica, para uso em setores como transporte, indústria e energia. A cooperação com a Alemanha nessa área pode trazer investimentos, expertise técnica e oportunidades de parceria”, opina Pinheiro. 

Visita ao DWIH 

Ambos veem um saldo positivo com a visita ao Centro Alemão – a cônsul destacou as discussões sobre inovação, sustentabilidade e cooperação científica. “Foi uma oportunidade valiosa para conhecermos de perto as iniciativas e parcerias em andamento entre instituições de pesquisa, empresas e governos alemães e brasileiros. Além disso, é inspirador ver o compromisso e o entusiasmo dos cooperadores do DWIH em fortalecer os laços bilaterais e promover a colaboração em diversas áreas.” 

O reitor da UFDPar chamou a atenção para as possibilidades de cooperação. “Além disso, outra frente que se abre é o apoio para o ensino da língua em nosso Estado, por meio da nossa universidade, para fortalecer os laços entre os nossos países e instituições. Estamos muitos satisfeitos e esperançosos com os bons frutos que serão colhidos nessa relação.” 

O gestor executivo do DWIH São Paulo, Marcio Weichert, reforçou que as organizações representadas no Centro Alemão na capital paulista estão à disposição para parcerias e celebrou a visita. “Raramente recebemos delegações estaduais tão numerosas e relevantes no DWIH. Esta foi ainda bem especial, pois veio de um estado no qual o DWIH ainda não possuía contato e nos revelou um futuro promissor para o norte do Piauí, com base na interação entre projetos econômicos estruturantes e capacitação profissional e científica por parte do setor acadêmico”, afirmou.