Cientista da Sociedade Max Planck e da Universidade de Munique leva Nobel de Física por método para estudo da dinâmica dos elétrons

© Daniel Gerst

O cientista húngaro-austríaco Ferenc Krausz, diretor do Instituto Max Planck de Óptica Quântica (Max-Planck-Institut für Quantenoptik) e professor da Universidade Ludwig Maximilian de Munique (LMU), venceu o prêmio Nobel 2023 de Física junto a outros dois pesquisadores – um dos Estados Unidos e outra, da Suécia – pelo desenvolvimento de um método para o estudo da dinâmica de elétrons. O anúncio foi feito no início de outubro. Este foi o 28º Nobel da Sociedade Max Planck.

Segundo a Academia Real das Ciências da Suécia, a pesquisa de Krauz, Pierre Agostini (Ohio State University, EUA) e Anne L’Huillier (Lunds Universitet, Suécia) deu à humanidade novas ferramentas para explorar o comportamento de elétrons dentro de átomos e moléculas. Os três conseguiram, com seus trabalhos, demonstrar a possibilidade de criar minúsculos pulsos de luz que podem ser usados para medir o veloz processo de movimentação ou troca de energia dos elétrons. Esses pulsos duram apenas alguns attosegundos – um attosegundo é o equivalente à bilionésima parte de um bilionésimo de segundo. 

Krausz nasceu em Mor, na Hungria, em 1962, e obteve um diploma com distinção em engenharia elétrica pela Universidade de Tecnologia de Budapeste e em física teórica pela Universidade Eötvös Loránd Budapeste. Tornou-se doutor, também com distinção, em física do laser na Technische Universität Wien, área pela qual conseguiu sua habilitação docente e onde lecionou engenharia elétrica. Desde 2003, é diretor do Max-Planck-Institut für Quantenoptik e professor de física experimental, desde 2004, na LMU.  

Ele se disse surpreendido pelo prêmio. “Um prêmio dessa magnitude demanda grande humildade”, afirmou, durante uma entrevista coletiva de imprensa em Garching bei München. 

O agora detentor de um Nobel já havia sido laureado por diversas outras instituições. Em 2005, recebeu, por meio da Sociedade Alemã de Amparo à Pesquisa, o Prêmio Gottfried Wilhelm Leibniz; já em 2011, ganhou do governo federal alemã a “Verdienstkreuz am Bande” e, dois anos depois, além do King Faisal International Award, também levou o prêmio Otto Hahn. 

Pesquisadores alemães e/ou vinculados a instituições de ensino ou pesquisa do país costumam aparecer sempre na lista de premiados no Nobel. No ano passado, por exemplo, Svante Pääbo, do Max-Planck-Institut für evolutionäre Anthropologie de Leipzig, levou o Nobel de Medicina.