Tema Anual do DWIH em 2025: Saúde Global

Saúde Global é um dos grandes desafios de nossa sociedade, cada vez mais interligada. As pandemias, a mudança climática, a desigualdade social e as inovações tecnológicas marcam os sistemas de saúde dos países em todo o mundo. Ao lado dos avanços médicos, aspectos sociais e políticos também ganham cada vez mais destaque. Os desafios são múltiplos – e eles demandam soluções internacionais conjuntas.

A cooperação internacional em pesquisa ocupa, nesse contexto, um papel fundamental. Com sua ampla expertise e presença mundial, a rede dos Centros Alemães de Inovação e Pesquisa (DWIH) promove a cooperação entre ciência, economia e sociedade, com o objetivo de abordar de forma sustentável questões globais de saúde. O foco está em tópicos como equidade de gênero em assistência médica, o combate ao ceticismo científico, a integração de tecnologias digitais, as desigualdades na saúde ou mesmo o papel das mudanças climáticas no surgimento de novos quadros clínicos.

O Brasil posiciona-se como um importante ator na área de saúde global. Seu sistema público de saúde (Sistema Único de Saúde – SUS) e seu programa nacional de vacinação (Programa Nacional de Imunizações – PNI) são considerados modelos internacionais. O programa impulsionou de maneira importante a concepção e a implementação de campanhas de imunização no Timor-Leste e nos territórios palestinos, entre outros.  Existem também acordos de cooperação técnica com a Argentina, o México, os EUA e outros países. O Instituto Butantan, maior fabricante de vacinas e soros da América Latina, exportou em 2023 mais de cinco milhões de doses de vacina contra a gripe para os países vizinhos por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

A colaboração em pesquisa em saúde também é um pilar importante do compromisso do Brasil com a saúde global. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é um dos mais importantes centros de pesquisa científica e tecnológica nesse setor na América Latina e faz parte da Global Health Network, que permite a troca de experiências sobre doenças como covid-19, zika e mpox. Nos últimos anos, a Fiocruz expandiu sua capacidade de inovação no desenvolvimento de tecnologias relacionadas a doenças tropicais negligenciadas, trabalhando em estreita colaboração com parceiros internacionais. O Brasil também está envolvido na coordenação global da produção de produtos médicos, visando aprimorar o acesso mundial a vacinas e medicamentos.

Formação na área de Saúde Global

A Alemanha atua como um importante parceiro do Brasil nesta área.  A Alemanha também é grande parceira do Brasil: a Universidade de Heidelberg, por exemplo, mantém um projeto de cooperação com a Fiocruz de pesquisas em cardiopatias decorrentes da doença de Chagas. Há dez anos, a aliança UAS7 (German Universities of Applied Sciences) mantém intercâmbio acadêmico na área de ciências da enfermagem com universidades da região Sul, realizando anualmente um Simpósio de Enfermagem Alemão-Brasileiro. A Universidade Ludwig Maximilians (LMU) de Munique trabalha junto com instituições no Brasil, Moçambique e Kosovo no âmbito do projeto de pesquisa JITO-Health (Iniciativa Conjunta para Ensino e Aprendizagem sobre Desafios Globais da Saúde e Saúde Única).

Como interface no âmbito do intercâmbio Brasil-Alemanha, o DWIH São Paulo acompanha há anos as cooperações científicas na área da saúde global organizadas pela Universidade Técnica de Dortmund junto com a Universidade de São Paulo. Além disso, também promoveu o intercâmbio científico entre os dois países e discutiu soluções para os desafios referentes à pandemia. Em 2025, o DWIH São Paulo continuará se dedicando ao intercâmbio no tema Saúde Global, tanto por meio de eventos, quanto por outras formas de diálogo.