Vencedoras do Falling Walls Lab Brazil 2022 apresentam pitches na final global em Berlim

As vencedoras do Falling Walls Lab Brazil 2022 – a doutoranda em mecânica na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Isabella Rodrigues, que ficou em primeiro lugar na etapa brasileira, e a arquiteta graduada pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre pela Universidade Politécnica de Madri e pela ETH Zurich Taís Alves, segunda colocada – apresentaram seus pitches na final global do concurso, que aconteceu em 7 de novembro em Berlim. Para elas, o evento na Alemanha está sendo uma oportunidade de aprendizado.

“Nossa, já aprendi muito. Sempre fui uma cientista, mas mais no laboratório. Também já fiz intercâmbio. Mas essa oportunidade de estar aqui transformando a pesquisa em produto, em algo mais, é diferente”, diz Rodrigues, que apresentou para o público internacional seu projeto de stents bioabsorvíveis. 

Já Alves destaca a possibilidade de conhecer pessoas de todo o planeta. “Ter essa perspectiva mais ampla do mundo, ver como vários pontos de vista realmente são imprescindíveis, se complementam. Ver coisas da Colômbia, da América Latina, de Omã, Índia, Moçambique, Angola, Costa do Marfim, cada um com sua história, contribuindo, tendo ao mesmo tempo um chão comum, é realmente inspirador”, conta. Ela levou para Berlim o projeto de um software que pretende tornar realidade a construção civil neutra em carbono. 

No total, 80 inovadores de todo mundo fizeram seus pitches na capital alemã, concorrendo na categoria Emerging Talents. Ao final, o júri premiou, com a terceira colocação, Ayushu Chauhan, da Índia, que propôs um device portátil que permite a detecção rápida de mutações em casos de tuberculose resistente a medicamentos. Em segundo lugar, ficou a sul-africana Emma Horn, com um projeto de uma impressora 3D para criação de ladrilhos a partir de materiais orgânicos. A vencedora foi Tamlyn Sasha Naidu, também da África do Sul, com a proposta tratar água residual de mineração utilizando descartes gerados pela agricultura e pela indústria de refino. A última vez em que o pódio havia sido todo feminino foi em 2015. 

Nervosismo 

As duas brasileiras admitem que ficaram nervosas. “Logo antes de apresentar, estava tudo bem, o palco não parecia ser tão grande assim. Só que, uma vez em que eu subi, deu ‘aquela’ balançada, mas fiquei feliz. Consegui apresentar tranquilo”, conta Alves. 

“Acho que é normal [o nervosismo], mas realmente gosto muito de fazer apresentações, então é sempre bom fazer mais uma. E sempre praticando, para ficar cada vez melhor. Nervosismo também faz parte”, diz Rodrigues. 

Elas destacam a possibilidade de networking que a etapa global do Falling Walls permite. “É sempre muito interessante conhecer pessoas ao redor do mundo que estão em áreas parecidas, ou às vezes nem tanto – algum dia a gente pode precisar de alguém de uma área totalmente diferente… já até criamos um grupo de WhatsApp com o pessoal”, relata Rodrigues. 

“Em um jantar, conversei com um professor sueco que é membro do conselho do Prêmio Nobel [Carl-Henrik Heldin, co-chair do júri] e com a coordenadora do júri [Sarah Springman], professora que foi reitora da ETH, maratonista recordista mundial. Poder escutar as histórias dessas pessoas muito incríveis, sentar-se do lado delas, dividindo uma refeição, é uma oportunidade muito especial”, diz Alves – ela própria, ex-estudante da ETH.