Como uma startup alemã pode ingressar no mercado brasileiro

Programa Startups Connected, desafio do DWIH e ecossistema inovador brasileiro são apresentados em evento informativo. Inscrições para o Programa vão até o dia 8 de agosto.

A decisão de expandir os negócios para outros países é uma resolução corajosa de empreendedores, mas repleta de questionamentos e medos, especialmente, quando se trata de startups em estágio inicial de atividades. Pensando nisso, e seguindo a sua missão de estabelecer pontes entre a ciência e a inovação do Brasil e da Alemanha, o DWIH São Paulo lançou o desafio A Healthier Life – Solutions for People, Society, and the Environment”, para startups alemãs dentro da sexta edição do Programa Startups Connected – Connecting Challenges to Innovative Solutions.

Para falar sobre o desafio, apresentar a sexta edição do Programa e mostrar o ecossistema inovador no Brasil, o DWIH São Paulo e a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK) São Paulo realizaram um evento informativo no dia 30 de junho, que está disponível na íntegra no Youtube. Além de representantes das duas instituições, participaram do evento Vanessa Sensato, diretora de relações institucionais da Inova Unicamp, Oscar Enrique Nunes, coordenador de negócios internacionais do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (CIETEC) e fundadores de startups vencedoras de outras edições do programa.

Por um Brasil mais saudável

Marcio Weichert, coordenador do DWIH São Paulo, apresentou o desafio do Centro Alemão para a sexta edição do Programa. De acordo com ele, para vencer o desafio neste ano, as startups e spinn-offs alemãs deverão desenvolver ideias inovadoras para um Brasil mais saudável, considerando o contexto pós-pandemia.

“Devem ser apresentadas soluções baseadas em pesquisas científicas com respostas aos novos desafios emergidos durante a pandemia no contexto brasileiro em áreas relacionadas à questão da saúde em um amplo sentido”, disse. Esse leque de soluções pode ainda incluir temas como qualidade de vida, governança, produção e serviços, sustentabilidade ambiental, transportes coletivos, convivência social, educação e cultura.

Importante ainda destacar que as soluções devem se enquadrar, em um ou mais dos seguintes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): saúde e bem-estar, redução das desigualdades, cidades e comunidades sustentáveis, e consumo e produção responsáveis, desenvolvidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Ingressando no mercado brasileiro

Thomas Bartoschek, fundador e CEO da Re:edu, uma spin-off do Instituto de Geoinformática da Universidade de Münster (WWU), vencedora do desafio DWIH São Paulo, em 2019, narrou como foi ganhar o concurso e os benefícios do prêmio.

“Ficamos muito felizes de ganhar a competição e visitar o Brasil no final de 2019. Com a ajuda dos organizadores do prêmio, AHK e DWIH São Paulo, visitamos uma série de potenciais parceiros e clientes, especialmente em São Paulo”, frisou Bartoschek.

A Re:edu venceu a competição com a apresentação de seu principal produto, o SenseBox, um mini-computador fácil de programar e conectado a vários sensores, https://reedu.de/portfolio/senseBox%20im%20Futurium, um produto desenvolvido especialmente para o uso em educação digital.

A solução chamou muito a atenção do governo do Maranhão. Com o apoio dos promotores do prêmio Startups Connected, a Re:edu teve a oportunidade de visitar a capital do estado, São Luís, e se reunir com representantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) para apresentar sua solução.

Conectando desafios às soluções

Com a ideia de conectar startups a empresas alemãs consolidadas no Brasil, a AHK São Paulo criou o Programa Startups Connected em 2016. Como destacou Fernando Paraíso, coordenador de projetos da AHK, a ideia é sempre que as empresas lançem desafios específicos para as startups de acordo com sua área de atuação.

“É um programa de aceleração baseado em desafios de negócios com benefícios para os dois lados: startups e empresas alemãs”, salientou Paraíso.

Nesse contexto, a categoria do DWIH São Paulo é a única voltada a startups alemãs que querem vir ao Brasil; as demais categorias contemplam empreendedores brasileiros.

Ecossistema inovador: do Brasil para o mundo

O Brasil, especialmente o estado de São Paulo, possui alguns celeiros de inovação, locais onde ideias inovadoras são bem-vindas e formatadas para o mundo dos negócios. Durante a apresentação da sexta edição do Programa Startups Connected, Vanessa Sensato, diretora de relações institucionais da Inova Unicamp, e Oscar Enrique Nunes, Coordenador de Negócios Internacionais do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (CIETEC), falaram sobre o tema.

“Na Unicamp, uma universidade criada já pensando na interação com a indústria, os estudantes são estimulados ao empreendedorismo”, ressaltou Sensato. A executiva mencionou que há uma grande troca de informações entre os alunos e as empresas ao redor da universidade – o cinturão da cidade de Campinas, sede do principal campus da Unicamp, é formado por grandes empresas de tecnologia, o que já lhe garantiu o apelido de Vale do Silício brasileiro.

Sensato também relatou histórias de startups que foram incubadas na Inova Unicamp e ganharam o mundo, tais como HOOBOX Robotics, comprada pela Johson & Johnson e a GRIAULE, de soluções de big data.

O evento contou também com a participação de Gabriel de Freitas Nunes, diretor da TNS Nanotecnologia, que venceu por duas vezes desafios distintos de empresas alemãs.