Lilia Moritz Schwarcz, vencedora do prêmio Reimar Lüst, será professora visitante na FU Berlin

Diversos estudos sobre as raízes da cultura brasileira garantiram a indicação da cientista social ao prêmio Reimar Lüst de Intermediação Acadêmica e Cultural.

A partir do segundo semestre de 2022, Lilia Moritz Schwarcz, professora titular da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), passará a lecionar e a conduzir pesquisas na Freie Universität Berlin (FU Berlin) como professora visitante. Durante sua estadia na capital alemã, os estudos de Schwarcz terão como foco a história afro-brasileira e indígena do Brasil.

A indicação da renomada historiadora e antropóloga brasileira foi um desdobramento do Prêmio Reimar Lüst de Intermediação Acadêmica e Cultural concedido recentemente à Schwarcz. Os patrocinadores do prêmio, a Fundação Alexander von Humboldt (AvH) e a Fundação Fritz Thyssen, aprovaram a nomeação da cientista social como professora visitante da FU Berlin.

“Lilia Moritz Schwarcz é uma das principais historiadoras do Brasil”, diz Susanne Zepp-Zwirner, que é professora de literatura espanhola, portuguesa e francesa na Freie Universität, responsável pela indicação da professora brasileira ao prêmio Reimar Lüst e apoiada pelo escritório regional da FU Berlin em São Paulo.

“Numa época em que o populismo é um desafio global, ela representa uma voz importante para a democracia e para a liberdade acadêmica, cultural e artística na América Latina e muito além. Ela tem liderado o caminho ao encorajar uma historização consistente da história colonial do Brasil. Lilia Moritz Schwarcz também fez contribuições extraordinárias para os estudos antropológicos no Brasil, assim como para as pesquisas na história social e cultural do Brasil”, completa. A professora Zepp-Zwirner destaca particularmente o trabalho pioneiro de Schwarcz na história afro-brasileira e indígena do Brasil.

“O trabalho acadêmico de Lilia Moritz Schwarcz produziu não somente numerosos estudos individuais brilhantes e reconhecidos internacionalmente, mas também abriu perspectivas interdisciplinares completamente novas para a história cultural e a antropologia como um todo. Seu trabalho mudou as percepções da história brasileira.”, destacou o professor Stefan Rinke, também da FU Berlin, que endossou a indicação de Schwarcz ao prêmio.

A professora Annette Jael Lehmann, da FU Berlin, também apoiou a nomeação da professora brasileira. Lehmann defende que Schwarcz acredita fortemente que a análise do passado é um instrumento para entender como o mundo se apresenta na atualidade.

Esse resgate histórico para entender o presente foi apresentado pela cientista social em sua palestra “Past and Present: Violence and Authoritarianism in Brazil”, no 8º Diálogo Brasil-Alemanha de Ciência, Pesquisa e Inovação. O tema rendeu ainda a historiadora uma indicação para a final do concurso alemão Falling Walls – Breakthroughs of the Year, na categoria Social Science and Humanities.

Sobre o prêmio

O prêmio leva o nome do astrofísico e ex-presidente (1989-1999) da Fundação Humboldt, Reimar Lüst (1923-2020). A AvH e a Fundação Fritz Thyssen outorgam até dois Prêmios Reimar Lüst por ano. Os premiados são pesquisadores internacionais de Ciências Sociais e Humanas renomados que fizeram contribuições excepcionais dentro e através da ciência para o avanço duradouro das relações bilaterais entre a Alemanha e seus países de origem.