200 anos depois, jornalista e professor refazem a viagem de Spix e Martius

Projeto do Instituto Martius Staden e do Colégio Visconde de Porto Seguro compara Brasil colonial com o contemporâneo; estudo foi debatido em evento do DWIH São Paulo no dia 03/12.

Em 1820, voltavam à Baviera o zoólogo Johann von Spix e o botânico Carl Friedrich von Martius após uma expedição de três anos pelo Brasil. De que forma a cultura indígena, as desigualdades sociais e a natureza brasileira observadas pelos alemães naquela época continuam sendo a marca do país até hoje? Essa foi uma das perguntas que motivaram Eckhard Kupfer e Willi Bolle a refazerem, dois séculos depois, trechos da expedição de Spix e Martius pelo Sudeste, Sertão Nordestino e região Amazônica. 

O resultado da iniciativa “200 anos Viagem pelo Brasil (1817-1820)”, organizado pelo Colégio Visconde de Porto Seguro e pelo Instituto Martius Staden já está disponível no canal do YouTube do instituto – onde Kupfer exerce o cargo de diretor e Bolle, o de coordenador. 

Em formato de documentário, o projeto teve como objetivo comparar os aspectos sociais e econômicos do Brasil de hoje com os relatados pelos naturalistas alemães no início do século XIX. Confira imagens e relatos coletados durante a viagem realizada em 2019 neste link: Refazendo a viagem de Spix e Martius – YouTube.  

Palestra virtual

No dia 3 de dezembro, Willi Bolle participou do evento “O retrato do Brasil no relato da viagem de Spix e Martius” como convidado do DWIH São Paulo na 72ª Reunião Anual da SBPC. Na ocasião, o público teve oportunidade de tirar dúvidas com o professor sobre sua viagem. O vídeo completo do evento está disponível no canal do YouTube da SBPC.

Mais sobre os resultados da expedição de Spix e Martius
No livro “Viagem pelo Brasil 1817 a 1820”, Johann von Spix e Carl Friedrich von Martius  relatam aspectos e processos observados durante sua expedição pelo Brasil. Eles destacam como foi a formação colonial do país, o papel fundamental das ordens religiosas no país – sobretudo os jesuítas –, as fortes desigualdades sociais, a cultura indígena e a fauna e flora brasileiras. Foi nesta ocasião que Martius iniciou sua obra de 15 volumes sobre a botânica brasileira, que reúnem mais de 22 espécies de plantas catalogadas. 

A viagem foi fruto do convite da Real Academia de Ciências de Munique para participar de uma expedição científica pelo interior da América do Sul. Os cientistas – que estavam em missão oficial do Rei da Baviera – aportaram no Brasil, integrando a comitiva da arquiduquesa austríaca Maria Leopoldina, que viajava para casar-se com o príncipe herdeiro de Portugal Dom Pedro I.