Presidente da DFG reúne-se com organizações parceiras no Brasil

Em viagem ao Brasil, o presidente da DFG, Prof. Peter Strohschneider, teve a oportunidade de reunir-se pela primeira vez com os novos presidentes das agências de fomento brasileiras de nível federal – Capes e CNPq – e reafirmar a continuidade das colaborações.

O presidente da Capes, Prof. Anderson Ribeiro Correia, recebeu em seu gabinete em Brasília, no último dia 29 de abril, o Prof. Strohschneider e a delegação da DFG que o acompanhava. No encontro, Correia destacou sua grande afinidade com a Alemanha e o fato desta ser o país com o qual a Capes mantém maior diversidade de cooperação, no que diz respeito a variedade de programas e estruturas de fomento com diferentes parceiros – dentre eles, a DFG.

DFG e Fapesp reúnem-se em São Paulo. Ao centro, os presidentes Peter Strohscneider (DFG) e Marco Antônio Zago (Fapesp). À esquerda, Dietrich Halm e Kathrin Winkler (DFG). À direita, Carlos Henrique Brito e Euclides de Mesquita Neto (Fapesp).

Iniciada em 1995, a colaboração entre as duas organizações é muito significante e vem possibilitando o fomentando conjunto de projetos de pesquisas binacionais de peso. Um dos destaques é a iniciativa BRAGECRIM, na área de manufatura avançada. Formada em 2008, a rede reuniu ao longo de dez anos mais de 300 cientistas de diferentes instituições de pesquisa do Brasil e da Alemanha. “A Capes é uma parceira de longa data. É possível observar que esta parceria se fortaleceu ao longo dos últimos anos e hoje é de grande significância para a DFG no Brasil”, declarou Strohschneider a Correia.

Dentre as ações mais recentes está o programa DFG-Capes Collaborative Research Initiative que, inspirado no BRAGECRIM, fomenta a formação de redes de pesquisa em outras áreas do conhecimento. Até o momento, já foram abertas chamadas nas áreas de química, engenharia e direito e estuda-se a possibilidade de expandir a iniciativa para novos campos. Ambas organizações também vêm considerando ampliar as modalidades de fomento conjunto. Uma das possibilidades levantadas na reunião seria o financiamento de programas de doutorado internacional, segundo a modalidade Grupo Internacional de Doutorandos da DFG.

Correia ressaltou que, apesar da restrição orçamentária, a Capes mantém entre suas maiores prioridades a cooperação internacional, à exemplo da relevância do programa PrInt lançado em 2017: “Entendemos que esse é um caminho imprescindível para nossas universidades se destacarem no cenário científico global”. Segundo ele, a Alemanha é um dos principais países parceiros das universidades comtempladas pelo PrInt. “Diante deste cenário promissor, o programa deve viabilizar o surgimento de novos projetos de pesquisa Brasil-Alemanha que poderão, potencialmente, se beneficiar das iniciativas conjuntas entre Capes e DFG”, complementou.

Assinatura dos presidentes marca renovação do acordo de cooperação entre DFG e CNPq.

Após Brasília, o presidente da DFG seguiu para São Paulo, onde participou do Encontro Anual do Global Research Council e pôde reunir-se com Prof. João Luiz Filgueiras de Azevedo, presidente do CNPq, no dia 3 de maio. O encontro foi marcado pela assinatura da renovação do acordo de cooperação entre as duas organizações, parceiras desde 2007. O ato sinaliza boas perspectivas para o futuro da parceria: reafirma a continuidade das colaborações e o interesse mútuo para a retomadas de iniciativas conjuntas de fomento.

Alguns dias antes também na capital paulista, Strohschneider reuniu-se com a presidência da Fapesp – anfitriã do encontro do GRC e uma das organizações parceiras da DFG mais importantes em nível estadual. Em 30 de abril foi feito um balanço da parceria e discutidas perspectivas para o futuro, ao lado do presidente, Prof. Marco Antônio Zago, e do diretor científico, Prof. Carlos Henrique de Brito Cruz.

Ambos presidentes concordaram sobre o sucesso da colaboração DFG-Fapesp que, iniciada em 2006, vem se fortalecendo cada vez mais. A similaridade de estrutura entre as duas agências faz com que a Fapesp seja hoje a única organização parceira no Brasil com a qual a DFG trabalha no modelo de fluxo contínuo e oferece uma ampla variedade de programas de fomento, incluindo a modalidade Grupo Internacional de Doutorandos. Dentre os desafios identificados está a melhor divulgação desta vasta gama de oportunidades, uma vez que o trabalho em fluxo contínuo não demanda a publicação de chamadas, pois os cientistas podem submeter propostas a qualquer momento. Novas estratégias de comunicação e esforços para ampliar a visibilidade foram levantados na reunião.

Também foram discutidas possibilidades de ampliar ainda mais a oferta de programas. Um interesse comum das duas organizações é o fomento de jovens pesquisadores – possíveis iniciativas conjuntas nesta direção foram abordadas na reunião.

A viagem de Strohschneider ao Brasil coincidiu com a visita do ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, ao país. A coincidência rendeu uma recepção conjunta, em homenagem a presença das duas personalidades, na embaixada alemã em Brasília na noite de 29 de abril. Em seu discurso ao público, o ministro alemão não deixou de destacar a importância das relações Brasil-Alemanha no âmbito científico.

“Aproveito a presença de Strohschneider aqui para reforçar a importância da colaboração na pesquisa, no ensino e no aprendizado e que estes permaneçam livres de intromissões e interesses externos. Um bom exemplo são as 614 cooperações entre instituições de ensino superior alemãs e brasileiras. Também há cerca de 4 mil estudantes brasileiros na Alemanha, quase o dobro de 10 anos atrás. Acreditamos que este é o caminho certo e queremos continuar a segui-lo”, declarou Maas.

Fonte: DFG