Novas tecnologias em terras raras são pauta Brasil-Alemanha

Promovido pelo MCTIC, o Encontro de Cooperação Brasil-Alemanha em terras-raras contou com a presença de instituições e universidades cooperadoras do DWIH São Paulo

Pesquisadores reuniram-se no final de abril (24), em Brasília, para discutirem o futuro da parceria Brasil-Alemanha em minerais estratégicos. Promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o Encontro de Cooperação Brasil-Alemanha em terras-raras contou com a presença de instituições e universidades cooperadoras do Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH São Paulo) com destaque para a Technische Universität Darmstadt (TUD), Fraunhofer-Projektgruppe IWKS (IWKS) e RWTH Aachen Institut für Metallurgische Prozesstechnik und Metallrecycling.

O Brasil, que possui a segunda maior reserva de elementos terras-raras, perdendo apenas para a China, possui um acordo de cooperação com a Alemanha em terras-raras e metais estratégicos desde 2015. Sendo assim, o objetivo dessa parceria é agregar valor ao minério extraído no Brasil e desenvolver tecnologias competitivas e sustentáveis. Um dos projetos em andamento é um “superímã verde” para a geração de energia eólica, cuja produção segue regras ambientalmente corretas.

O evento trouxe ainda pesquisadores e empresas nacionais para apresentar os projetos em desenvolvimento dentro da parceria e destacar a importância para o Brasil desses materiais, que são usados na indústria eletroeletrônica, de energia limpa e várias outras cadeias de produção.

Na ocasião, o diretor do Departamento de Tecnologias Estruturantes, Jorge Mario Campagnolo, falou sobre a importância da mineração para o país, ressaltando que o setor é responsável 9,4% das exportações brasileiras. “Nós acreditamos que, mesmo com todo o contingenciamento que tivemos nos últimos anos e com as dificuldades orçamentárias que ainda temos, é importante continuarmos trabalhando juntos, buscando outras parcerias, identificando o que é possível fazer, daí a importância de eventos como este”, afirmou. O diretor destacou, também, o Plano de CT&I para Minerais Estratégicos 2018-2022, lançado no ano passado, e o programa Inova Mineral. “Nós estamos trabalhando para conseguir mais recursos para a inovação no setor e podem ter certeza de que não mediremos esforços para isso”, concluiu.

Os elementos terras-raras correspondem a um conjunto de dezessete elementos químicos que compreendem os quinze lantanídeos mais o escândio e o ítrio. Esses materiais são usados em catalisadores para refino de petróleo, setores de alta tecnologia e energias limpas, o que inclui ímãs para turbinas eólicas, motores de veículos elétricos, baterias para dispositivos portáteis móveis e substâncias para LED e displays.

A parceria voltada às terras-raras foi batizada projeto Regina (Rare Earth Global Industry and New Application) e envolve nove instituições nacionais e nove alemãs:

  • Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
  • Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT)
  • Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (CERTI)
  • Centro de Tecnologia Mineral (CETEM)
  • Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM)
  • WEG
  • Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (CODEMGE)
  • Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)
  • Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN)
  • Fraunhofer-Projektgruppe IWKS (IWKS)
  • Technische Universität Darmstadt (TUD)
  • Helmholtz Zentrum Dresden Rossendorf (HZDR)
  • Technische Universität Clausthal (TUC)
  • RWTH Aachen Institut für Metallurgische Prozesstechnik und Metallrecycling (IME)
  • Technische Hochschule Georg Agricola (THGA)
  • Outotec
  • KME Germany GmbH & Co. KG (KME)
  • GMB Magnete Bitterfeld GmbH (GMB)

Fonte: MCTIC