A primeira startup alemã avaliada em 10 bilhões

A primeira startup alemã com valor de dez bilhões de dólares tem a sua origem na Universidade Técnica de Munique (TUM): a Celonis alcançou esse patamar e passou a ser considerada a segunda startup mais valiosa da Europa. A companhia, fornecedora de um software com o qual as empresas podem analisar e aprimorar os seus processos de negócios, foi fundada por três universitários com o apoio da TUM.

A Celonis pôde anunciar um fato inédito: a empresa levantou investimentos no valor de um bilhão de dólares em sua quarta rodada de financiamento e, na sequência, foi avaliada em 11 bilhões de dólares. Isso a torna o primeiro decacórnio alemão. Assim são chamadas as startups que valem dez bilhões de dólares sem abrir o capital. De acordo com o jornal alemão “Handelsblatt”, a Celonis é a segunda startup mais valiosa da Europa, atrás apenas da sueca Klarna, uma empresa que processa pagamentos.

Em 2018, isto é, apenas sete anos após sua fundação, a Celonis já havia alcançado o status de unicórnio, ou seja, uma empresa avaliada em bilhões de dólares.  Também os “unicórnios” ainda são extremamente raros na Alemanha. Atualmente, apenas 14 outras startups alcançaram o mesmo sucesso, informa o jornal “Handelsblatt” – e aí estão incluídos dois outros spin-offs da TUM: Lilium, que está desenvolvendo um táxi aéreo elétrico e Personio, que oferece um software com  o qual pequenas e médias empresas podem digitalizar os seus processos de administração de pessoal.

Processos inteligentes graças à inteligência artificial

O software da Celonis analisa os processos das empresas e detecta pontos fracos e com baixa eficiência. A ferramenta realiza essa análise independentemente do setor ou do tipo de processo do negócio. A liderança mundial dessa tecnologia, que se baseia em processos matemáticos complexos e é chamada de mineração de processos (Process Mining), é ocupada pela Celonis.   Há seis meses, a startup lançou no mercado um sistema de gestão de execução (Execution Management System), que utiliza inteligência artificial para oferecer sugestões de soluções para os problemas identificados durante o Mining Process (mineração de processos).

Os fundadores da Celonis – Bastian Nominacher, Martin Klenk e Alexander Rinke –  estudaram, respectivamente, finanças e gerenciamento de informações, informática e matemática.  Além da consultoria para startups da TUM, as cadeiras de informática para negócios, desenho industrial e empreendedorismo ajudaram a desenvolver o modelo de negócios da empresa, assim como uma identidade corporativa. Ainda hoje, perdura uma estreita ligação entre a universidade e o decacórnio. Sua segunda sede fica em Nova York e recentemente, com cerca de 1.300 colaboradores, registrou um volume de negócios superior a 100 milhões de euros.

Desde a promoção de um modelo de negócio até à entrada na Bolsa

Cerca de 80 empresas voltadas à tecnologia são fundadas anualmente na TUM A TUM e a UnternehmerTUM, isto é, o Centro de Inovação e Criação de Empresas da TUM, apoiam startups por meio de programas que são criteriosamente ajustados às distintas etapas de desenvolvimento da empresa – desde a concepção de um modelo de negócio até o treinamento gerencial, da entrada no mercado até chegar a um possível IPO. O TUM Venture Labs oferece às equipes das startups criadas e atuantes em importantes campos das ciências, um ecossistema completo com conexões diretas para a pesquisa.  Até 30 equipes podem utilizar os escritórios na TUM Incubator, enquanto se preparam para iniciar as suas próprias atividades. A UnternehmerTUM investe em promissoras empresas de tecnologia com o seu próprio Venture Capital Fonds (Fundo de Capital de Risco) e, as MakerSpace e Bio.Kitchen oferecem uma oficina de alta tecnologia com 1.500 m2 para a construção de protótipos, além de um laboratório de biotecnologia. Segundo o “Gründungsradar”, este é o melhor programa de fomento entre as grandes universidades alemãs.

Fonte: TUM