Mesa-redonda – Percepção da Ciência na Sociedade

Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC e professor de Ética e Filosofia Política da USP

Professor de Ética e Filosofia Política da USP desde 1994, desde 2016 Professor Honorário do Centro de Estudos Avançados da USP e Pesquisador Sênior do CNPq. Cientista político, escritor e colunista. Entre abril e setembro de 2015 foi Ministro da Educação do Brasil. Em junho de 2021 foi eleito Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.  

Jochen Hellmann, diretor do Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH) São Paulo e do DAAD Brasil

Chefe da filial do DAAD no Rio de Janeiro e diretor do Centro Alemão de Pesquisa e Inovação (DWIH) São Paulo, com atuação na área de internacionalização do ensino e da pesquisa. Foi professor no mestrado em gestão científica da DHV/Universidade de Speyer, professor do DAAD em Paris, secretário-geral da Universidade binacional franco-alemã, consultor no escritório da UE da Universidade de Hanover e na Universidade de Hamburgo. Foi chefe de departamento na sede do DAAD em Bonn e do International Office da Universidade de Hamburgo.

Olaf Kramer, professor de Retórica e Comunicação do Conhecimento da Universidade de Tübingen, Alemanha

Professor de retórica e comunicação do conhecimento no seminário de retórica geral, chefe do centro de pesquisa para habilidades de apresentação e um dos editores da revista Science Notes. Desde 2021 porta-voz do Centro de Comunicação Científica sobre temas relacionados à inteligência artificial. Seus campos de pesquisa mais importantes incluem comunicação científica, competência comunicativa, comunicação política, bem como retórica digital e virtualidade. Na mesa-redonda, Olaf Kramer abordará a relação entre ciência e sociedade na rede de lógicas midiáticas e políticas, bem como a lógica inerente à ciência. O que pode soar abstrato, traz em si problemas muito práticos: como lidar com o imediatismo da mídia? Como lidar com a necessidade de dramatizar a ciência em formatos como talk shows? Além disso, como evitar a colonização da ciência pela política? A partir de um ponto de vista da retórica, que enfatiza o quão importante é adaptar a comunicação científica aos seus destinatários e possibilitar o diálogo, Kramer propõe abandonar o modelo clássico de déficit de conhecimento e focar em participação, focando no entendimento da ciência como processo. O palestrante enfatiza a importância de se comunicar os processos e métodos por trás do conhecimento científico, não apenas os resultados em si. Isso, segundo Kramer, é importante para evitar que “teorias” da conspiração se formem por conta de mudanças nos resultados de processos dinâmicos de pesquisa. Outro ponto que ele propõe abordar é a questão de como a ciência pode reagir à desconfiança atualmente disseminada.

Sabine Righetti, jornalista, pesquisadora e professora de Comunicação da UNICAMP

Pesquisadora em Política, Comunicação e Percepção da Ciência no Labjor/Nudecri/UNICAMP. Professora do mestrado em mediação científica e cultural e no curso de especialização em jornalismo científico. Coordenadora do grupo de estudos do CNPq “#TemCiencianoBR: produção científica brasileira e sua divulgação”. Fellow Knight (2012), Eisenhower (2014), Lemann (2017) e Serrapilheira (desde 2019). No encontro, Sabine Righetti abordará a necessidade de ferramentas que facilitem a ponte entre cientistas e jornalistas, sobretudo pela imprensa. Segundo pesquisa do MCTI apresentada na reunião da SBPC de 2019, o Brasil está entre os 15 maiores produtores de ciência no mundo, é referência mundial em áreas como saúde pública, agronomia e meio-ambiente, e, no entanto, nove em cada dez brasileiros não sabem dizer o nome de uma instituição que faça pesquisa ou de um cientista no país. Righetti analisa como pode ser possível melhorar a intersecção entre ciência e imprensa – e, consequentemente, aproximar o conhecimento científico das pessoas. Como exemplo, ela trará resultados de um projeto de divulgação científica que estreita laços entre ciência e imprensa. A expectativa é que os resultados possam impactar positivamente o desenvolvimento e a disseminação pública da ciência nacional.